O RH no superciclo tecnológico: o que só a liderança humana pode entregar

Tecnologia, humanidade e o futuro do trabalho: o que a liderança precisa enxergar agora
A Comp esteve presente na última edição da Confraria de Líderes, promovida pelo Grupo Gestão RH. No encontro, que reúne lideranças de Recursos Humanos, a futurista e cool hunter Sabina Deweik trouxe uma provocação essencial para qualquer liderança: como encontrar equilíbrio em um mundo tecnologicamente avançado, mas emocionalmente carente?
Foi um convite poderoso à reflexão — e, principalmente, à ação. Em meio ao que ela chama de superciclo tecnológico, Sabina defendeu que o diferencial das empresas não estará apenas na adoção da IA, mas na qualidade das decisões humanas por trás dela.
“Eu não sou mais o que eu sei. Eu sou o quanto eu consigo me adaptar.”
— Ian B. Crafter, citado por Sabina
Em um mercado onde algoritmos otimizam, mas também perpetuam vieses, é papel da liderança construir futuros mais plurais com base em novas escolhas — inclusive na forma como recrutamos, remuneramos e desenvolvemos pessoas.
O RH como guardião da inteligência humana
Sabina defende que as habilidades humanas – intuição, insight, imaginação e invenção – são mais estratégicas do que nunca. Enquanto a IA executa com eficiência, é o repertório humano que traz profundidade. E esse repertório precisa ser cultivado.
A palestra trouxe à tona um dado que ressoa com força no dia a dia dos RHs: 75% das habilidades demandadas no Brasil em cinco anos serão diferentes das de hoje. Isso exige uma abordagem muito mais dinâmica sobre performance, aprendizado e remuneração.
Nesse contexto, soluções de remuneração precisam acompanhar o ritmo da mudança. Usar dados e IA para personalizar trilhas, reconhecer expertise e criar experiências mais justas é fundamental para engajar times multigeracionais e evitar o risco de perder os talentos mais promissores para a desmotivação — ou para o quiet quitting.
A liderança antifrágil e o papel do exemplo
Ao longo da palestra, ficou claro que a liderança do futuro não será aquela que apenas resiste ao caos, mas que cresce a partir dele. A “resiliência” já não basta — o que se espera agora é antifragilidade: a capacidade de se transformar frente às incertezas.
“Se você quer transformar fora de você, transforme primeiro dentro de você.”
— Sabina Deweik
O chamado é para uma liderança mais consciente, que compreende que seu maior impacto não está em controlar processos, mas em influenciar pessoas — criando culturas mais humanas, conectadas e preparadas para lidar com as contradições de um mundo em transição.
O que isso tem a ver com remuneração?
Tudo. Porque no centro da remuneração estão as decisões humanas: quem reconhecer, como incentivar, o que valorizar. E porque, ao lado da tecnologia, o RH pode (e deve) usar software, IA e dados não para automatizar o passado, mas para construir futuros melhores.
Futuros mais adaptáveis. Mais justos. Mais humanos.