Comp abre nova era para trazer estratégia a cada centavo investido em pessoas
Em evento em São Paulo, empresa apresentou nova marca e visão de mercado; combinação de dados, expertise e ferramentas de remuneração serão arma essencial para ajudar companhias de tecnologia em desafios cada vez mais complexos de remuneração

Em evento em São Paulo, empresa apresentou nova marca e visão de mercado; combinação de dados, expertise e ferramentas de remuneração serão arma essencial para ajudar companhias de tecnologia em desafios cada vez mais complexos de remuneração
Gastos com remuneração costumam ser, de longe, o maior investimento feito por uma empresa. Não é apenas um custo: o jeito como se paga, promove e recompensa as pessoas define a cultura, molda comportamentos, influencia o engajamento e afeta diretamente a capacidade de uma organização crescer com consistência. “Mostre-me os incentivos e eu te mostrarei o resultado”, como diz o investidor Charlie Munger e citado por Christophe Gerlach, co-founder e CEO da Comp, em sua apresentação.
Ainda assim, quando o tema é compensation, muitas empresas agem com base em ferramentas defasadas, poucos dados e decisões mais pautadas pela urgência do que pela estratégia. Mas não precisa ser assim.
É nisso que acredita a Comp – e para dividir essa visão com o mercado, a empresa organizou um evento em São Paulo nesta terça-feira, 6 de maio. Realizado no espaço de eventos Experience House, na zona oeste da capital paulista, o Comp Insiders reuniu mais de 100 lideranças de RH para apresentar não só a nova marca da empresa, mas também uma visão ambiciosa sobre o futuro da área de remuneração.
A proposta da empresa é clara: ajudar empresas que inovam a trazer estratégia para cada centavo investido em pessoas, transformando remuneração em um diferencial verdadeiramente competitivo. “Hoje começa uma nova era para a Comp”, afirmou Cleiton Rodrigues, parte do time fundador e Diretor de Growth da Comp, ao abrir o evento.
Hoje começa uma nova era para a Comp
Ambição desde a origem
Fundada em 2022, a Comp surgiu para entregar às lideranças uma forma de lidar com remuneração de maneira estratégica. Christophe Gerlach relembrou a origem da companhia no palco do evento. No tempo em que morou no Vale do Silício, a convivência com fundadores de startups e executivos o fez perceber que muitas empresas vivem um paradoxo na área: ao mesmo tempo em que eles reconheciam a importância da área, tomavam muitas decisões com base em sentimentos ou dados genéricos.
Para Christophe, esse desalinhamento entre impacto e abordagem se traduz em oportunidades perdidas — seja na retenção de talentos-chave, na definição de estruturas salariais ou no planejamento dos ciclos de promoções e reajustes. Ao apresentar a visão da empresa para 2025, o CEO destacou que a Comp não quer apenas fornecer uma plataforma: quer mudar a forma como as lideranças enxergam e usam a remuneração como ferramenta de gestão. “É essa combinação de expertise, tecnologia e dados que diferencia a Comp de qualquer outro player no mundo. Queremos ser a escolha óbvia de qualquer empresa que esteja disposta a inovar”, afirmou o co-fundador.
É essa combinação de expertise, tecnologia e dados que diferencia a Comp de qualquer outro player no mundo. Queremos ser a escolha óbvia de qualquer empresa que esteja disposta a inovar
No palco, Christophe também citou diversos números que mostram o tamanho da Comp atualmente. Hoje, a empresa já tem mais de mil empresas como clientes, entre unicórnios como Nubank, iFood, Creditas e vários outros. Ao todo, a startup já mapeou dados de mais de 500 mil colaboradores, em 150 disciplinas comuns em empresas de tecnologia, organizadas por função e senioridade. “O que nos deixa mais orgulhosos, porém, é que temos um NPS 91 entre nossos clientes”, ressaltou o CEO.
Experiência na prática
Co-fundador da Comp, Pedro Bobrow foi responsável por detalhar como a visão apresentada se concretiza na prática. O primeiro pilar da estratégia é a base de dados – e a agilidade com que ela é construída. Ao contrário do que acontece no mercado tradicional, em que pesquisas de remuneração são feitas manualmente e demoram de seis a nove meses para ter resultados publicados, a Comp consegue disponibilizar novas informações em até 24 horas após o envio das informações.
Para isso, a empresa criou um algoritmo de captação e validação de dados que torna essa tarefa muito mais simples. “Hoje, as empresas de tecnologia mudam muito rápido e nenhuma dessas pesquisas tradicionais conseguem acompanhar as mudanças na mesma velocidade, mas nós conseguimos”, ressaltou Pedro.
A proposta da Comp não se limita apenas à coleta de dados. Um dos pontos mais enfatizados por Pedro foi o papel das ferramentas no dia a dia dos RHs e líderes. “As decisões sobre remuneração não acontecem em relatórios PDF ou planilhas isoladas — elas acontecem em reuniões, em sistemas de gestão, em conversas entre líderes e pessoas. Nossa plataforma é feita para funcionar dentro desse fluxo”, disse o co-fundador.
As decisões sobre remuneração não acontecem em relatórios PDF ou planilhas isoladas — elas acontecem em reuniões, em sistemas de gestão, em conversas entre líderes e pessoas. Nossa plataforma é feita para funcionar dentro desse fluxo
Pedro também apresentou como os recursos funcionam. Um dos exemplos recém-lançados pela empresa é o “Funções Comp”, que permite a qualquer profissional de RH customizar uma fórmula de pesquisa na base de dados da empresa – tão simples como no Excel, mas sem a dificuldade de depender de múltiplas planilhas. “Ferramentas de remuneração não são só para ganhar tempo, mas para tornar a gestão mais intencional”, reforçou o executivo, demonstrando em poucos segundos como é fácil consultar, por exemplo, a mediana da estrutura salarial de mercado (P50) para um cargo específico em tempo real.
O terceiro pilar da atuação da Comp é a expertise. Para Pedro, tecnologia sem entendimento técnico não resolve os dilemas reais que surgem nas mesas de decisão. Por isso, a empresa aposta em diagnósticos personalizados, entregues por especialistas que conhecem tanto a metodologia quanto a dinâmica de negócios dos clientes.
“É o conhecimento técnico, aliado ao entendimento da estratégia de negócio, que permite transformar dados em decisões viáveis e eficazes, em um ecossistema completo”, afirmou. “No fim do dia, queremos ajudar as empresas a parar de olhar remuneração só para apagar incêndios, fazendo com que elas consigam ser intencionais e pró-ativas.”
Uma ‘espiadinha’ no futuro
Além do anúncio da nova era da Comp, o Comp Insiders também trouxe dados ricos do mercado de tecnologia para as lideranças de RH – como uma prévia do estudo “State of Compensation in Tech”, feito pela empresa em parceria com a firma de inovação Distrito. Reunindo informações de mais de 500 mil profissionais em 875 empresas, incluindo unicórnios e startups, o material tem divulgação prevista para o segundo semestre de 2025. Quem esteve presente, porém, pôde dar uma “espiadinha” nas tendências e distorções do mercado em assuntos como compensation, bônus e formatos de contratação, além de bater um papo com o time de executivos de remuneração da Comp.
“A gente olha para a remuneração não como uma linha de despesa, mas como uma ferramenta para alinhar cultura, engajamento e resultado”, comentou Filipe Ducas, co-fundador da Comp. Executivo de remuneração com passagem por empresas como OLX, IBM, Atento e Cognizant, Ducas destacou que os dados da pesquisa mostram que, à medida que as organizações amadurecem, surge uma demanda crescente por especialização — e por estruturas mais claras, com níveis e critérios de progressão.
A gente olha para a remuneração não como uma linha de despesa, mas como uma ferramenta para alinhar cultura, engajamento e resultado
O estudo também evidencia uma série de dilemas contemporâneos sobre estratégia de talentos. Entre eles, a proliferação dos títulos “Head of”, comuns em startups e scale-ups, mas nem sempre acompanhados de clareza sobre escopo e senioridade.
“O cargo virou um atalho — em muitos casos, não está claro se aquele ‘head’ é de fato um executivo ou apenas um especialista”, explicou Tiago Maciel, executivo sênior de compensation da Comp, com passagens por empresas como Vale e Hotmart. Para Maciel, essa indefinição pode gerar desalinhamentos não apenas internos, mas também nas relações com o mercado — especialmente em negociações internacionais, onde a nomenclatura pode pesar por disparidades culturais.
Ao mesmo tempo, modelos mais flexíveis, como bônus pontuais ou programas de longo prazo, ganham espaço como forma de equilibrar atratividade e sustentabilidade. “A remuneração comunica mais do que a gente imagina. O ‘como’ e o ‘pra quem’ a gente decide remunerar dizem muito sobre a cultura da empresa”, reforçou o executivo sênior de compensation da Comp André Guy, veterano de organizações como XP e Falconi.
Importância da comunidade
Em pouco mais de duas horas, seguidas por um happy hour com muito networking, a Comp buscou deixar claro no evento que o futuro da remuneração já chegou. Nele, as empresas deixarão de tomar decisões reativas e passarão a construir ciclos estruturados, com metas claras, critérios bem definidos e visibilidade sobre o impacto de cada escolha.
Com uma base de clientes em crescimento constante, a empresa acredita estar consolidando mais do que uma operação: está ajudando a moldar um novo padrão para o setor. “Estamos escrevendo uma história. O sonho grande não é de uma pessoa ou um time — é de uma comunidade. E todos vocês fazem parte dela”, concluiu o CEO Christophe Gerlach, agradecendo aos presentes.
Estamos escrevendo uma história. O sonho grande não é de uma pessoa ou um time — é de uma comunidade. E todos vocês fazem parte dela
